Determinação de rotas de invasão de peixes introduzidos em ecosistemas dulciaquícolas: avaliação de risco
Destinado a pescadores e associações de pescadores; hotelaria e restauração; estudantes; técnicos; outros interessados
PROGRAMA
14h30 | Sessão de Abertura | João Pedro Várzea Rodrigues | Diretor ESA-IPCB
Filipe Ribeiro | investigador MARE
14h40 | Projeto FRISK – Objetivos e resultados alcançados | Filipe Ribeiro | MARE
15h20 | Como acrescentar valor aos peixes de rio | Leonel Barata | BEM AMANHADO
15h50 | Caracterização nutricional de espécies piscícolas com interesse gastronómico regional | António Moitinho Rodrigues | ESA-IPCB / CATAA
16h10 | Sessão de perguntas
16h30 | Coffee networking com apresentação de novos produtos à base de peixe de rio | empresa BEM AMANHADO
14h30 | Sessão de Abertura | João Pedro Várzea Rodrigues | Diretor ESA-IPCB
Filipe Ribeiro | investigador MARE
14h40 | Projeto FRISK – Objetivos e resultados alcançados | Filipe Ribeiro | MARE
15h20 | Como acrescentar valor aos peixes de rio | Leonel Barata | BEM AMANHADO
15h50 | Caracterização nutricional de espécies piscícolas com interesse gastronómico regional | António Moitinho Rodrigues | ESA-IPCB / CATAA
16h10 | Sessão de perguntas
16h30 | Coffee networking com apresentação de novos produtos à base de peixe de rio | empresa BEM AMANHADO
PALESTRANTES
NOTA CURRICULAR
Investigador do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
Licenciado em Biologia Marinha (1998) pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em que realizou a tese de licenciatura sobre o Saramugo (Anaecypris hispanica) – peixe endémico da Península Ibérica, altamente ameaçado no Guadiana. Posteriormente trabalhou em dois projetos de conservação de peixes (Projeto LIFE-Saramugo e Projeto de Monitorização de Peixes no Alqueva - Guadiana).
Doutorado em 2008 em Biologia da Conservação pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, num doutoramento repartido pela Universidade da Califórnia – Davis. Estudou durante o doutoramento os aspetos biológicos e ambientais que determinam o sucesso dos peixes não-nativos nos rios Mediterrânicos. Esteve envolvido no desenvolvimento da Carta Piscícola de Portugal. Foi Presidente da Sociedade Ibérica de Ictiologia.
Atualmente é investigador do MARE, coordenador do grupo de investigação de peixes não-nativos, com cinco projetos ativos todos relacionados com espécies não-nativas em ecossistemas de água doce.
RESUMO
Os rios de Portugal albergam uma diversidade piscícola única e importante em termos de gestão e conservação dos ecossistemas de água doce. Nos rios Portugal existem cerca de 45 espécies de peixes nativos, das quais 28 espécies existem unicamente na Península Ibérica. Destas 28 espécies de peixes, 10 ocorrem exclusivamente em Portugal, isto é, são endemismos lusitânicos. Devido às diversas ameaças sobre estes ecossistemas, cerca de 60% dos peixes nativos dos nossos rios têm um elevado estatuto de conservação. As espécies não-nativas são consideradas como a segunda causa de ameaça à biodiversidade aquática a nível global. Nos ecossistemas de água doce de Portugal, observamos uma taxa de chegada de animais não-nativos crescente sendo, atualmente, de três novas espécies de animais que a cada dois anos, em que uma dessas espécies é um peixe. Assim, só em Portugal, já foram introduzidas 20 espécies de peixes, constituindo 31% da fauna piscícola presente nos nossos rios e barragens. Grande parte destes peixes não-nativos são originários da Europa Central e da América do Norte, tendo sido introduzidos ilegalmente para a pesca desportiva. Apesar dos três grandes rios internacionais (Guadiana, Tejo e Douro) funcionarem como vias de dispersão de peixes inicialmente introduzidos em Espanha, já foram identificadas outras regiões em Portugal como portas de entrada de peixes não-nativos em Portugal. No âmbito do Projecto “FRISK - Determinação de rotas de invasão de peixes introduzidos em ecosistemas dulciaquícolas: avaliação de risco” temos vindo a descobrir que alguns peixes não-nativos recentemente introduzidos têm uma proveniência direta de França. Esta apresentação é parte integrante das tarefas do projeto no que respeita a sua Comunicação para o público em geral e pescadores desportivos.
Agradecimento: Este trabalho foi apoiado pelo projecto “FRISK - Determinação de rotas de invasão de peixes introduzidos em ecosistemas dulciaquícolas: avaliação de risco” (Ref. FCT: PTDC/AAGMAA/0350/2014).
Investigador do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
Licenciado em Biologia Marinha (1998) pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em que realizou a tese de licenciatura sobre o Saramugo (Anaecypris hispanica) – peixe endémico da Península Ibérica, altamente ameaçado no Guadiana. Posteriormente trabalhou em dois projetos de conservação de peixes (Projeto LIFE-Saramugo e Projeto de Monitorização de Peixes no Alqueva - Guadiana).
Doutorado em 2008 em Biologia da Conservação pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, num doutoramento repartido pela Universidade da Califórnia – Davis. Estudou durante o doutoramento os aspetos biológicos e ambientais que determinam o sucesso dos peixes não-nativos nos rios Mediterrânicos. Esteve envolvido no desenvolvimento da Carta Piscícola de Portugal. Foi Presidente da Sociedade Ibérica de Ictiologia.
Atualmente é investigador do MARE, coordenador do grupo de investigação de peixes não-nativos, com cinco projetos ativos todos relacionados com espécies não-nativas em ecossistemas de água doce.
RESUMO
Os rios de Portugal albergam uma diversidade piscícola única e importante em termos de gestão e conservação dos ecossistemas de água doce. Nos rios Portugal existem cerca de 45 espécies de peixes nativos, das quais 28 espécies existem unicamente na Península Ibérica. Destas 28 espécies de peixes, 10 ocorrem exclusivamente em Portugal, isto é, são endemismos lusitânicos. Devido às diversas ameaças sobre estes ecossistemas, cerca de 60% dos peixes nativos dos nossos rios têm um elevado estatuto de conservação. As espécies não-nativas são consideradas como a segunda causa de ameaça à biodiversidade aquática a nível global. Nos ecossistemas de água doce de Portugal, observamos uma taxa de chegada de animais não-nativos crescente sendo, atualmente, de três novas espécies de animais que a cada dois anos, em que uma dessas espécies é um peixe. Assim, só em Portugal, já foram introduzidas 20 espécies de peixes, constituindo 31% da fauna piscícola presente nos nossos rios e barragens. Grande parte destes peixes não-nativos são originários da Europa Central e da América do Norte, tendo sido introduzidos ilegalmente para a pesca desportiva. Apesar dos três grandes rios internacionais (Guadiana, Tejo e Douro) funcionarem como vias de dispersão de peixes inicialmente introduzidos em Espanha, já foram identificadas outras regiões em Portugal como portas de entrada de peixes não-nativos em Portugal. No âmbito do Projecto “FRISK - Determinação de rotas de invasão de peixes introduzidos em ecosistemas dulciaquícolas: avaliação de risco” temos vindo a descobrir que alguns peixes não-nativos recentemente introduzidos têm uma proveniência direta de França. Esta apresentação é parte integrante das tarefas do projeto no que respeita a sua Comunicação para o público em geral e pescadores desportivos.
Agradecimento: Este trabalho foi apoiado pelo projecto “FRISK - Determinação de rotas de invasão de peixes introduzidos em ecosistemas dulciaquícolas: avaliação de risco” (Ref. FCT: PTDC/AAGMAA/0350/2014).
NOTA CURRICULAR
Mestrando em Inovação e Qualidade na Produção Alimentar na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, com incidência dos estudos para a valorização gastronómica das espécies piscícolas de água doce. Estuda e avalia através de um processo contínuo de pesquisa e levantamento de receituário nacional, de caracterização e experimentação culinária, análise sensorial e laboratorial, formas de valorizar a confeção de iguarias de peixe do rio e respetivo consumo, principalmente de espécies exóticas/invasoras, numa ótica contributiva para o equilíbrio da biodiversidade dos ecossistemas dulçaquícolas de Portugal. Atualmente é coordenador do projeto Bem Amanhado, que para além da recolha de receituário, elabora um registo nacional ao nível da restauração, hotelaria, festivais e outros, que trabalham com peixe do rio, assim como de hábitos de consumo e caracterização das artes da pesca fluvial. Desenvolve ainda novos produtos alimentares à base de espécies piscícolas de água doce.
RESUMO
Desde os primórdios dos tempos que o homem manteve uma forte ligação com os rios e seus afluentes. Os percursos de água foram um forte vínculo para a fixação e subsistência dos primeiros povos autóctones, obtendo do rio uma forte aliança económica. A pesca artesanal, fiel a tradições e técnicas ancestrais, através de barcos de madeira para estender redes e capturar as várias espécies piscícolas, garantia a subsistência das populações ribeirinhas, assim como outras atividades, nomeadamente a moagem de farinha. Os peixes do rio estiveram sempre ligados a consumos locais, pois o seu transporte implicava cuidados especiais e, por se tratar de produtos facilmente perecíveis, não eram partilhados por muitas regiões. De longa data os processos culinários tinham um principal objetivo que era a confeção para conservação mais longa, do qual resulta na perfeição a receita de escabeche. A partir de 1987, com a introdução de legislação proibindo a utilização de determinados métodos de pesca e colocando restrições noutras, tornou a atividade pouco rentável, conduzindo ao abandono de algumas artes tradicionais. Contudo a memória gastronómica perdura por todo o país, e com base na atual legislação e em parte pela razão da introdução de outras espécies a partir do século XIX, existem vários indivíduos dedicados à captura de peixe do rio para fornecimento de restaurantes e outros clientes ou eventos, para confeção das mais variadas iguarias. Migas de barbo, carpa grelhada, lúcioperca de cebolada, achigã no forno, entre outras receitas, são prazeres para uma boa refeição, ou não tivéssemos o melhor peixe do mundo.
Mestrando em Inovação e Qualidade na Produção Alimentar na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, com incidência dos estudos para a valorização gastronómica das espécies piscícolas de água doce. Estuda e avalia através de um processo contínuo de pesquisa e levantamento de receituário nacional, de caracterização e experimentação culinária, análise sensorial e laboratorial, formas de valorizar a confeção de iguarias de peixe do rio e respetivo consumo, principalmente de espécies exóticas/invasoras, numa ótica contributiva para o equilíbrio da biodiversidade dos ecossistemas dulçaquícolas de Portugal. Atualmente é coordenador do projeto Bem Amanhado, que para além da recolha de receituário, elabora um registo nacional ao nível da restauração, hotelaria, festivais e outros, que trabalham com peixe do rio, assim como de hábitos de consumo e caracterização das artes da pesca fluvial. Desenvolve ainda novos produtos alimentares à base de espécies piscícolas de água doce.
RESUMO
Desde os primórdios dos tempos que o homem manteve uma forte ligação com os rios e seus afluentes. Os percursos de água foram um forte vínculo para a fixação e subsistência dos primeiros povos autóctones, obtendo do rio uma forte aliança económica. A pesca artesanal, fiel a tradições e técnicas ancestrais, através de barcos de madeira para estender redes e capturar as várias espécies piscícolas, garantia a subsistência das populações ribeirinhas, assim como outras atividades, nomeadamente a moagem de farinha. Os peixes do rio estiveram sempre ligados a consumos locais, pois o seu transporte implicava cuidados especiais e, por se tratar de produtos facilmente perecíveis, não eram partilhados por muitas regiões. De longa data os processos culinários tinham um principal objetivo que era a confeção para conservação mais longa, do qual resulta na perfeição a receita de escabeche. A partir de 1987, com a introdução de legislação proibindo a utilização de determinados métodos de pesca e colocando restrições noutras, tornou a atividade pouco rentável, conduzindo ao abandono de algumas artes tradicionais. Contudo a memória gastronómica perdura por todo o país, e com base na atual legislação e em parte pela razão da introdução de outras espécies a partir do século XIX, existem vários indivíduos dedicados à captura de peixe do rio para fornecimento de restaurantes e outros clientes ou eventos, para confeção das mais variadas iguarias. Migas de barbo, carpa grelhada, lúcioperca de cebolada, achigã no forno, entre outras receitas, são prazeres para uma boa refeição, ou não tivéssemos o melhor peixe do mundo.
NOTA CURRICULAR
Professor Coordenador da ESA-IPCB da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESA-IPCB) onde é docente desde 1984.
Doutor em Ciência Animal pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, investigador Integrado no Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS) e investigador do International Farm Comparison Network (IFCN). Atualmente é Diretor Técnico-Científico do Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar de Castelo Branco.
Tem vários trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais sobre caracterização nutricional de espécies piscícolas de águas interiores, sobre nutrição animal e sobre produção bovina.
Tem vindo a dar apoio técnico e científico a duas aquiculturas de achigãs existentes em Portugal. Como “dairy economist”, tem vindo a trabalhar com produtores de bovinos de leite, tendo desenvolvido um modelo para estimar o preço justo para o leite e um índice para avaliar os custos de produção de leite.
RESUMO
Segundo dados do Faostat, Portugal está entre os países do mundo com maior consumo de pescado per capita. São peixes capturados no nordeste do Atlântico e provenientes de aquicultura marinha. No entanto, na faixa interior de Portugal é tradicional o consumo de peixes provenientes dos diversos sistemas lóticos e lênticos existentes na Região. Espécies como achigã (LB), o barbo judeu (IB) e a carpa comum (CC) são utilizados para consumo em casa, na restauração e em festivais gastronómicos. São capturados por pescadores desportivos ou por pescadores profissionais para serem vendidos em mercados locais. Pouco se sabe sobre a composição nutricional e a concentração de metais pesados na parte edível destas espécies piscícolas. Estudos recentes desenvolvidos na ESA-IPCB avaliaram o valor nutricional (energia, proteína, gordura, ácidos gordos) e a presença de metais pesados nos filetes de LB, IB e CC selvagens capturados na bacia do rio Tejo. Constatou-se que os filetes destes peixes apresentam elevado teor proteico, baixo teor de gordura, baixo valor energético e níveis muito baixos de metais pesados. No entanto, uma boa caracterização nutricional e um programa de controle de metais pesados sobre aqueles e outros peixes de água doce com interesse gastronómico devem ser aplicados para evitar contaminações futuras de peixes com consequências negativas para a saúde humana.
Professor Coordenador da ESA-IPCB da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESA-IPCB) onde é docente desde 1984.
Doutor em Ciência Animal pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, investigador Integrado no Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS) e investigador do International Farm Comparison Network (IFCN). Atualmente é Diretor Técnico-Científico do Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar de Castelo Branco.
Tem vários trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais sobre caracterização nutricional de espécies piscícolas de águas interiores, sobre nutrição animal e sobre produção bovina.
Tem vindo a dar apoio técnico e científico a duas aquiculturas de achigãs existentes em Portugal. Como “dairy economist”, tem vindo a trabalhar com produtores de bovinos de leite, tendo desenvolvido um modelo para estimar o preço justo para o leite e um índice para avaliar os custos de produção de leite.
RESUMO
Segundo dados do Faostat, Portugal está entre os países do mundo com maior consumo de pescado per capita. São peixes capturados no nordeste do Atlântico e provenientes de aquicultura marinha. No entanto, na faixa interior de Portugal é tradicional o consumo de peixes provenientes dos diversos sistemas lóticos e lênticos existentes na Região. Espécies como achigã (LB), o barbo judeu (IB) e a carpa comum (CC) são utilizados para consumo em casa, na restauração e em festivais gastronómicos. São capturados por pescadores desportivos ou por pescadores profissionais para serem vendidos em mercados locais. Pouco se sabe sobre a composição nutricional e a concentração de metais pesados na parte edível destas espécies piscícolas. Estudos recentes desenvolvidos na ESA-IPCB avaliaram o valor nutricional (energia, proteína, gordura, ácidos gordos) e a presença de metais pesados nos filetes de LB, IB e CC selvagens capturados na bacia do rio Tejo. Constatou-se que os filetes destes peixes apresentam elevado teor proteico, baixo teor de gordura, baixo valor energético e níveis muito baixos de metais pesados. No entanto, uma boa caracterização nutricional e um programa de controle de metais pesados sobre aqueles e outros peixes de água doce com interesse gastronómico devem ser aplicados para evitar contaminações futuras de peixes com consequências negativas para a saúde humana.